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Colégio Militar (antigo Hospital da Luz)

EDIFÍCIOS E ESTRUTURAS CONSTRUÍDAS DE SAÚDE E ASSISTENCIAIS
Edifícios e estruturas construídas de saúde
Hospital

Classificação tipológico-funcional e cronológica: arquitetura de saúde e assistencial, maneirista, seiscentista

Região de Lisboa e Vale do Tejo, Lisboa, Lisboa, Carnide, Largo da Luz

Proteção:
Incluído na Zona Antiga de Carnide-Luz

A Infanta D. Maria, filha do rei D. Manuel I e de D. Leonor, estipulou a doação de todos os seus bens ao santuário da Luz e determinou a construção de um novo hospital com capacidade para 63 doentes. Tendo a Infanta falecido em 1577, as obras para o novo hospital só arrancaram em 1601 e prolongaram-se até cerca de 1618, data da inauguração, ficando sob a administração da Ordem de Cristo, que também zelava pelo santuário. O terramoto de 1755 causou danos importantes, sobretudo na capela, nas enfermarias, nas casas do provedor, do almoxarife, do médico, do cirurgião e do boticário, e provocou a queda das coberturas e das varandas. Entretanto, o hospital sobrevivia com dificuldades, dado que, como se regista nas Memórias paroquias de 1758, parte das rendas deixadas por D. Maria estavam cativas de bens existentes em Castela, o que acabou por determinar o seu encerramento, em 1814. Entre esta data e 1835, o Real Colégio Militar ocupou o edifício do antigo hospital e, após um interregno em que funcionou alternadamente em Mafra ou na Luz, instalou-se aqui definitivamente, em 1873.
O edifício, que sofreu alterações e ampliações que lhe alteraram a traça original, apresenta planta desenvolvida simetricamente a partir do claustro central e volumetria paralelepipédica de dois pisos, destacados por friso de cantaria, com cobertura de telhados a quatro águas.
O alçado principal, virado a norte, fronteiro ao Largo da Luz, organiza-se em cinco corpos, separados por pilastras de cantaria rematadas, no topo, por esferas sobre plintos. O corpo central apresenta-se destacado pela elevação de um terceiro piso encimado por frontão triangular. No registo inferior do corpo central, abrem-se três arcos de volta perfeita, em que se inscrevem, no do meio, a porta principal, de verga reta encimada por bandeira radial semiesférica, e nos laterais, janelões com grades férreas. A eixo, sobre a porta, apresentam-se, no segundo piso, a pedra de armas da infanta D. Maria, em lisonja e com coroa, e, no terceiro piso, um nicho de arco abatido, em cantaria, onde se insere a imagem da Virgem com o Menino, destacada sobre fundo de nuvens com cabeças de anjo. No frontão, a cruz da Ordem de Cristo inscreve-se numa moldura circular. Na cornija, sobre a porta, uma inscrição alude à função inicial do edifício. Os corpos laterais apresentam duas fieiras de janelas sobrepostas.
No segundo piso do corpo posterior, ao centro, encontra-se a capela de planta longitudinal e cobertura em cúpula e abóbada de berço.

Fontes:
Calado, M., & Ferreira, V. M. (1993). Lisboa: Freguesia de Carnide. Lisboa: Contexto.
Consiglieri, C. (Ed. lit.). (1993). Pelas freguesias de Lisboa (v. 1): O termo de Lisboa: Benfica, Carnide, Ameixoeira, Charneca, Lumiar. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, Pelouro da Educação.
Frías, H. M. (1994). A arquitectura régia em Carnide/Luz. Lisboa: Livros Horizonte.
Memórias paroquiais (ass. Manuel José Nunes Tavares, v. 9, nº 140, p. 915-922). (1758). Lisboa, Arquivo Nacional Torre do Tombo, PT-TT-MPRQ-9-140
Pereira, G. (1910). Pelos subúrbios e visinhanças de Lisboa. Lisboa: Livraria Clássica.
IPA. (s.d.). Inventário do património arquitetónico: Hospital de Nossa Senhora dos Prazeres / Hospital da Luz / Colégio Militar. Acedido em http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=4049

Autoria: projeto e-Carnide
Data: 2016

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